A banda britânica Level 42 marcou os anos 80 com sua mistura única de pop, funk e jazz fusion, conquistando fãs com sucessos como “Lessons in Love”, “Something About You” e “Running in the Family”. Mas por trás do groove refinado e das performances energéticas, há uma curiosidade que poucos conhecem: o vocalista principal da banda, Mark King, nunca quis cantar — ele queria apenas tocar baixo.

Um Baixista Fora do Comum

Mark King é amplamente reconhecido como um dos baixistas mais habilidosos da música pop, graças à sua técnica “slap bass”, mais comum no funk e no jazz. Seu estilo rítmico e agressivo era tão impressionante que a banda originalmente o via como o coração instrumental do grupo, não como a voz principal.

Quando a Level 42 foi formada em 1979, o plano era que Mark fosse apenas o baixista, enquanto o tecladista Mike Lindup dividiria os vocais com outros músicos convidados. Porém, as coisas mudaram rapidamente durante os ensaios e gravações.

A Voz que Surgiu por Necessidade

O vocalista que a banda procurava inicialmente nunca apareceu. Pressionados por prazos e oportunidades de gravar demos, os integrantes incentivaram Mark a assumir temporariamente os vocais, apenas como quebra-galho. O que ninguém esperava é que sua voz rouca e energética combinaria perfeitamente com o som dançante e sofisticado da banda.

Mesmo relutante, Mark foi se firmando como vocalista oficial — mas nunca escondeu que cantar era uma zona de desconforto para ele. Em diversas entrevistas, ele afirmou que preferia mil vezes se esconder atrás do baixo do que ficar à frente do palco com o microfone.

De Vocalista Acidental a Ícone dos Anos 80

Apesar de ter assumido os vocais por necessidade, Mark King acabou se tornando uma das marcas registradas da banda. Sua combinação de vocais potentes e baixo pulsante deu ao Level 42 um som distinto, que se destacava mesmo em meio à explosão de bandas synthpop da época.

Essa virada inesperada ajudou a definir o som do grupo e a construir uma identidade musical própria — provando que, às vezes, os maiores acertos nascem dos improvisos.

Um Caso Raro na Música Pop

É raro encontrar bandas de sucesso mundial onde o vocalista principal se tornou frontman contra a própria vontade. E mais raro ainda é que esse mesmo músico seja considerado um dos melhores baixistas do mundo.

A curiosidade sobre Mark King revela muito sobre a essência do Level 42: uma banda construída não só por talento, mas também por espontaneidade, adaptação e espírito de equipe.